Limpeza da
superfície metálica
Para tornar
a superfície do metal puramente metálica, devem ser tiradas todas as
substâncias aderentes à mesma.
Estas substâncias são em primeiro lugar camadas
de óxido, que aderem aos metais em forma de camadas fixas, causadas pelo
contacto com o oxigênio do ar ou pela fundição, e ainda por substâncias gordurosas
(p. ex.: óleo, resina, etc.); originadas por qualquer tratamento anterior dos
metais ou pelo contacto das mãos.
Pela sua
viscosidade, estas substâncias podem também ter o efeito de meios de ligação
para poeira e outras partículas. O processo a empregar acomodar-se-á deste modo
à propriedade de cada metal.
Em geral podem
ser distinguidos três processos diferentes:
a) Desengorduramento.
b)
Preparação mecânica
c)
Desoxidação.
Com
frequência reúnem-se dois destes processos, e, em muitos casos, também os três,
a um processo único.
É evidente
que as peças metálicas devem ser protegidas depois da limpeza, contra qualquer
alteração da superfície limpa. Por isso, limpam-se os objetos imediatamente
antes de submetê-los a desoxidação ou depositam-se os mesmos numa solução de 5
grs. de tártaro num litro de água.
O mais
importante é que não tenham mais nenhum contacto com a pele humana ou com
gordura.
Desengorduramento
Para uma posterior aplicação em processos de
galvanoplastia, a superfície do metal deve ser desengordurada em todos os casos
em que seja aplicado um tratamento com soluções aquosas. Em pontos no qual a
peça esteja com camadas gordurosas, a água não adere, e na aplicação de
processos eletrolíticos, estes lugares se tornam isolantes. Em ambos os casos é
favorecida a formação de manchas.
Depois do desengorduramento
as peças não podem ser tocadas com a mão e devem ser tomadas medidas de
precaução para um trabalho perfeito, p. ex., colocando-as em arames ou
pegando-as com pinças de madeira.
Pequenas
peças podem ser passadas pelos banhos em recipientes de louça de pó de pedra,
semelhantes aos ralos de uso doméstico.
Desengorduramento
por meio de cal.
Quando os objetos na preparação mecânica foram tratados com
uma massa de cal extinta
ou com uma mistura de cal extinta
e soda, é possível que não precisem de qualquer desengorduramento posterior.
Os
meios mencionados absorvem facilmente graxas e óleos. Estas substâncias, porém,
devem ser conservadas em recipientes bem fechados porque absorvem facilmente o
ácido carbônico do ar, perdendo, assim, grande parte de sua eficiência.
Nota; ((O Hidróxido de cálcio, também conhecido como cal hidratada, cal extinta ou ainda cal apagada , é um composto químico de fórmula Ca(OH)2. Apresenta-se quando puro como um sólido branco e inodoro. (http://pt.wikipedia.org/wiki/Hidr%C3%B3xido_de_c%C3%A1lcio)
De uma
maneira parecida agem também as soluções saponáceas e os extratos de
saponáceos. Estas soluções não dissolvem as graxas e os óleos, mas absorvem os
mesmos em forma de emulsões.
Desengorduramento
mediante dissolventes de graxa
São estes,
substâncias líquidas capazes de dissolver graxas, óleos, resinas, etc., como p.
ex., benzina, benzol, tetracloreto de carbono, tricloreto de etileno ou percloreto
de etileno.
Os dois primeiros são inflamáveis, enquanto que os outros não o
são. Estes têm, porém, um efeito ligeiramente narcótico. Deve-se evitar, por
isso, a inalação dos vapores destas substâncias.
Empregam-se,
de preferência, dois ou três recipientes com os líquidos para o desengorduramento.
Primeiramente
mergulha-se a peça no recipiente que contem benzina já usada, contendo assim
uma certa quantidade de graxa, mas que ainda é suficiente para a primeira
limpeza. Depois procede-se com benzina mais pura, e assim por diante até o
último recipiente, que deve conter benzina limpa e pura. A benzina com as
impurezas ainda serve para a combustão.
Desengorduramento
por meio de fervura com lixívias
Este
processo é o mais frequente. O mesmo baseia-se na imersão das peças em soluções
quentes de soda cáustica ou carbonato de sódio.
Estas
substâncias têm a propriedade de dissolver completamente as graxas, óleos e
resinas orgânicas, assim como os ácidos gordurosos (ácido esteárico, ácido oleico
e oleina) por meio de transformação química em sabões, solúveis em água.
Não têm,
entretanto, efeito sobre as graxas e óleos minerais (vaselina, parafina, óleo
lubrificante e óleo para limpeza). Estas substâncias são absorvidas e por isso
eliminadas da superfície.
Objetos de
ferro, níquel, cobre e prata são mergulhados durante 1/4 a 1/2 hora numa
lixivia fervente de soda de 10% e depois disso lavados com água branda.
Objetos de
chumbo, zinco, estanho e ligas correspondentes são atacados demasiadamente pela
lixivia de soda, e por isso são tratados à escova com uma solução de carbonato
de sódio de 3%, observando-se cuidadosamente o efeito.
Alumínio não deve ser
fervido nem em lixívia nem em solução quente de carbonato de sódio, pois é
fortemente atacado por estas substâncias.
Para o Desengorduramento do alumínio
são bem apropriadas as soluções de carbonato de sódio de 5...10% com adição de
0,5...1% de silicato de potássio.
Estas soluções são também aplicáveis aos
objetos de chumbo, zinco, estanho e suas ligas.
Desengorduramento
eletrolítico
Este
aplica-se com bom resultado para os metais que não são atacados pelas lixívias.
O processo
consiste no seguinte: coloca-se as peças a serem desengorduradas como catodo
num banho, composto de uma parte de soda cáustica ou carbonato de sódio e 2
partes de potassa cáustica ou carbonato de potássio (em conjunto cerca de 50
grs.) em 1 litro de água.
Também recomenda-se, muitas vezes, um pequeno
adicionamento de cianeto de potássio (cerca de. 2 grs. para cada litro de
água). Como anodo servem folhas de ferro ou o próprio recipiente do banho, se for
de ferro.
O banho é
aplicado morno, com graduação até quente, e a tensão é ajustada de modo que se
perceba nas peças um desenvolvimento forte de gás. Pela ação da corrente
forma-se, nas peças servindo de catodo, álcali em maior concentração, o qual transforma
as graxas saponificáveis em sabões solúveis em água.
Uma grande parte da água é
expulsa mecanicamente pelo hidrogênio que se forma no catodo, de modo que mesmo
gorduras e óleos não saponificáveis podem ser eliminados por meio deste processo.
A gordura que não foi saponificada, fica flutuando na superfície do banho e
por isso é necessário tirar esta gordura para que as peças não fiquem novamente
engorduradas ao serem retiradas do banho.
O desengorduramento
eletrolítico é especialmente apropriado para peças pequenas de fabricação em
grande escala, com superfícies uniformes.
O desengorduramento exagerado pode
causar precipitações quebradiças na galvanização. O processo de desengorduramento
não deve demorar mais do que 1,5 minutos, no máximo.
O desengorduramento pode ser
conjugado com um ligeiro banho preliminar de cobreagem, adicionando-se ao mesmo
um pouco de cianeto de cobre e potássio (cerca de 50 grs./litro) e trabalhando-se
por um curto tempo com uma intensidade de corrente de 3 A/dm2.
Lugares de
limpeza deficiente tornam-se visíveis por este meio.
Desoxidação (Desenferrujamento)
Sob
desoxidação compreendem-se os processos que servem para tirar quimicamente as
camadas de oxido. Estas camadas compõem-se geralmente de óxidos, hidróxidos ou
carbonatos dos próprios metais e são, comumente, solúveis em ácido sulfúrico diluído,
ácido muriático ou ácido nítrico.
Os próprios
metais são ligeiramente atacados por estes ácidos e, deste modo, é preciso
bastante habilidade para formar o processo assim que a camada de óxido tenha
sido tirada, e que a superfície metálica seja o menos possível atacada.
A
duração do desenferrujamento depende, principalmente, da espessura e da espécie
da camada de óxido que deve ser tirada e, além disso, da concentração e da
temperatura do ácido.
Também são
de influência os sais produzidos durante a desoxidação e dissolvidos no ácido.
Os sulfatos que se formam no emprego de ácido sulfúrico, retardam o decorrer do
processo da desoxidação. Esta influência retardante é, porém, menor na desoxidação
com ácido muriático, pois os cloretos produzidos podem acelerar o processo
(especialmente quando se trata de ferro).
Os
recipientes para a desoxidação devem ser de madeira, com revestimento de
chumbo, de faiança, de louça de pó de pedra, de pedra natural ou de ladrilhos
resistentes aos ácidos.
Desenferrujamento
de ferro e aço
a) Para Ferro e Aço.
Em regra, tira-se a camada de
óxido, ferrugem, isca de ferro, etc. por meio de ácido sulfúrico ou muriático diluído
de cerca 1...5%. O tempo da ação do ácido deve ser curto, pelos motivos acima
mencionados. Uma diminuição do tempo de ação é possível pelo aumento da
temperatura.
Depois do tratamento com ácido, as peças são rapidamente lavadas,
mergulhando-as numa fraca lixivia de soda, água de cal ou numa solução de carbonato
de sódio, para neutralizar todos os resíduos eventualmente aderidos nos poros
e, finalmente, lavam-se as mesmas em água limpa.
b) Para ferro fundido.
— Ácido
sulfúrico de 1...10%;
— Para aço,
ácido sulfúrico de 20%.
Outras
classes de ferro mais duras, devem ser recozidas ou, melhor, recozidas num invólucro
de óxido de ferro ou óxido de zinco.
Como
mordente para o material a ser galvanizado, aprovou-se melhor o ácido
muriático, pelo seu efeito mais rápido. Na indústria da folha de Flandres emprega-se
este ácido com temperatura elevada, obtendo-se, assim, uma diminuição considerável
da duração da desoxidação, em comparação com o emprego do ácido sulfúrico.
c) Desenferrujamento por meio de ácido
fosfórico.
— Este ácido
é capaz de dissolver óxidos de ferro e ferrugem, mas, sendo ácido fraco, ataca
muito pouco o ferro metálico, de modo que não é necessário uma adição de algum
outro mordente.
Além disso, este ácido forma, na superfície do ferro, uma
camada fina de fosfato de ferro que adere firmemente ao metal, protegendo-o
contra nova ferrugem.
Por causa da sua qualidade áspera, esta camada garante
uma capacidade extraordinária de adesão para pinturas com tintas e vernizes.
Segundo um
processo bem experimentado, trata-se primeiramente o ferro num banho de ácido
fosfórico de 15%, para tirar do mesmo os produtos da corrosão.
Depois disso
lava-se o metal com água, tratando-o novamente num banho quente de ácido
fosfórico de 1...2%, a uma temperatura de 70...80°, durante cerca de 10...15
min.
Este processo é muito apropriado para todos os casos nos quais se aplicam,
posteriormente, pinturas ou esmalte.
A
desoxidação com ácido sulfúrico ou muriático deve ser evitada, em virtude do
perigo do enferrujamento em baixo das camadas aplicadas.
d) Para branquear objetos de aço e
ferro. emprega-se ácido nítrico concentrado (40° Be), ao qual se adiciona um
pouco de fuligem. e)
e) Atacantes de ácido fluorídrico.
— Em lugar
de ácido sulfúrico emprega-se também ácido fluorídrico que dissolve não somente
iscas aderentes, mas também a areia grudada do molde.
Este
atacante compõe-se de água com 1...1,5% de ácido fluorídrico. O ácido
fluorídrico deve ser conservado em recipientes de madeira com ou sem
revestimento de chumbo.
O lado exterior dos recipientes pode ter, vantajosamente,
uma ou duas mãos de verniz de asfalto. Para trabalhar com este ácido
recomenda-se o uso de luvas de borracha, atacando o mesmo, fortemente, a pele e
as unhas dos operários. Igualmente, os vapores deste ácido são muito nocivos.
É
necessário uma boa ventilação e o uso de uma máscara. Recomenda-se também uma
mistura de ácido sulfúrico e ácido fluorídrico: cerca 3 partes (em volume), de
ácido sulfúrico diluído a uma parte (em volume) de ácido fluorídrico diluído.
f) Afastamento de isca por meio de
desoxidação.
— A temperatura
tem grande influência sobre a durabilidade da desoxidação. Acima de 50°, uma
concentração maior do que 3% pouco influem na duração da operação. O efeito do
ácido sulfúrico e muriático é o mesmo, de modo que a sua escolha será determinada
somente pela diferença no preço de custo.
Desoxidação
do zinco
As camadas de óxido sobre peças de zinco são,
geralmente, solúveis em ácido sulfúrico ou muriático de 2...5%. Depois do
afastamento desta camada, o metal seria facilmente atacado, principalmente, se
o zinco for impurificado por outros metais (chumbo, ferro, cobre).
Para evitar,
em certos casos, urna imersão demorada no ácido, emprega-se uma mistura fria de
partes iguais de ácido sulfúrico concentrado de 66° Bé (atacante de brilho para
zinco).
Para preparar
esta mistura, o ácido sulfúrico é introduzido devagar no ácido nítrico, sob
revolução continua. A mistura é aquecida fortemente. Para o uso, porém, a
mistura deve ser fria.
Este banho dissolve facilmente o óxido de zinco, e quase
não ataca o metal.
A peça é
mergulhada brevemente e depois disso bem lavada em água. Sendo necessário, repete-se
o processo várias vezes. Mergulha-se as peças, no entanto, sempre em estado
seco, para não diluir o ácido.
Depois de uma lavagem rápida em água, escovam-se
as peças, vantajosamente, com uma escova impregnada com uma solução de carbonato
de sódio ou uma pasta de cal. Finalmente, elas são lavadas novamente em água.
Desoxidação
de cobre e ligas correspondentes (latão, bronze, etc.)
Geralmente
usa-se uma desoxidação preliminar e depois a desoxidação a brilho.
A preliminar
deve tornar a superfície puramente metálica, e a outra realiza o acabamento.
Sendo pretas as peças, emprega-se primeiramente um banho de ácido sulfúrico de
10%.
O efeito do ácido pode ser acelerado pelo aumento da temperatura.
Os meios
mecânicos, como p. ex. o escovamento, também dão bons resultados. O fim do
tratamento preliminar é o desprendimento das camadas grossas de óxido,
eventualmente aderentes.
Segue-se, depois a desoxidação a brilho, para tornar a
superfície puramente metálica.
Desoxidação
preliminar
— 2 partes de ácido nítrico de 36° Be
— 1...2
partes de fuligem
— 1...2 partes de sal de cozinha. Mergulham-se os objetos,
nesse banho, até que se tornem as superfícies puras, lavam-se bem, e
mergulham-se as peças em água fervente.
Os objetos secam rapidamente pelo calor
absorvido.
Desoxidação
a brilho
— 75 partes
de ácido nítrico de 40° Be
— 100 partes de ácido sulfúrico de 66° Be
— uma
parte de sal de cozinha.
Depois do tratamento lava-se os objetos bem com água.
Lugares soldados devem ser polidos com pedra pomes. Uma pequena diferença da composição
mostra a seguinte receita
Desoxidação preliminar:
— 2 litros
de ácido nítrico de 40° Be
— 20 em' de ácido muriático concentrado;
E para a
desoxidação a brilho:
— 1 litro de ácido nítrico de 40° Be
— 1 litro de ácido
sulfúrico de 66° Be
— 10 grs. de fuligem.
Desoxidação
de níquel e ligas de alta porcentagem de níquel
Para a
desoxidação preliminar serve ácido sulfúrico de 5...20% ou ácido muriático do
peso especifico 1,1.
Quando a
liga contém cobre, adiciona-se, vantajosamente, cerca de 2% de bi cromato de
potássio ou de sódio como substância de desoxidação.
Uma outra
receita é a seguinte:
— 204 grs.
de ácido sulfúrico de 60 Bé
— 72 grs. de nitrito de sódio
— 84 grs. de sal de
cozinha
— 1 litro de água.
— e deve ser mantida, continuamente, uma acidez de
7%.
Quando a densidade sobe a 24...28° Bé. o mordente deve ser substituído.
(°Bé: Descrição da sigla no rodapé)
Desoxidação
de alumínio
Este metal exige um tratamento muito cuidadoso
pelo fato da camada de óxido ser mais resistente contra a ação dos ácidos do
que o próprio metal.
A desoxidação do alumínio executa-se principalmente para
obter superfícies foscas.
O atacante mais usado é a lixivia de soda de
10...20%, com uma temperatura de 50...80°, preparada em recipientes de ferro.
A
desoxidação deve ser terminada dentro de 1...2 min. Segue uma lavagem cuidadosa
em água corrente; os resíduos de lixivia são eliminados por meio de imersão
rápida em ácido nítrico diluído (1/3 ácido e 2/3 água), e segue nova lavagem
cuidadosa em, água e rápida secagem em serragem seca e aquecida.
Parecido com este tratamento, é o que se obtém
com uma solução quente de carbonato de sódio de cerca 10%. Este tratamento é ao
mesmo tempo desengordurante.
Neste tratamento, as ligas de alumínio e cobre
tornam-se, inicialmente, muito escuras, porém, esta cor desaparece com a
imersão em ácido nítrico.
Superfícies
completamente brancas
Obtém-se mediante uma desoxidação, durante 5
min., num banho que se compõe de partes iguais de ácido nítrico concentrado e
uma solução saturada de fluoreto de sódio.
Mas este banho é difícil de
empregar, por não se encontrar um material de suficiente resistência para o
recipiente.
A
resistência do material é diminuída consideravelmente pela desoxidação, de modo
que não se recomenda este tratamento para objetos destinados a solicitações
grandes.
Densimetro |
Nota: Significado da sigla Bé –Graus de Baumé - grau de densidade de
líquidos-(http://pt.wikipedia.org/wiki/Graus_de_Baum%C3%A9)
Na indústria se coloca o hidrômetro no líqüido cuja
gravidade específica se quer medir,
geralmente diz-se que está "tirando a densidade" utilizando um densímetro.
É comum ouvir, quando se prepara uma solução, que "deu o Baumé", ou
seja as concentrações dos componentes da solução estão corretas pois a
densidade é a desejada.
(http://www.hottopos.com.br/regeq3/densidad.htm)
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